18 de set. de 2010

Sidarta

Agora o trem vai, e eu sinto que vou, é o voo que nem eu mesmo imaginava, mas o importante é que é vôo. Ele é leve, tranquilo, como o correr desta caneta por este papel, é incrível, nunca senti a caneta correr tão livremente, e nunca senti as pessoas como as sinto agora. Parece que estou chegando no final do filme, ou de tanto vê-lo já sei das cenas. Isto é bom, vai contra a ideia de muitos, mas eu ainda acho que mesmo assim posso estar certo, seguindo a intuição, brincando com a vida como as crianças, como se tudo fosse jogos, e realmente são. O verdadeiro sentido é só um, e eu o sinto claramente.


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Ai ele quis voar

Ai ele quis voar, mas o ar estava pesado, escuro, sentia-se preso. Já havia decolado mas algo o atraia para a terra, então ele deixou-se levar, mas no fundo, nem tão fundo, logo nos primeiros porões de seu ser, a vontade era de se libertar daquele ardil, libertando também vários outros que já em terra se procriaram, e viviam (se assim podemos dizer) como minhocas.
Mas que pensamento, viviam piores que minhocas. Não existe descrição, brigavam por dinheiro, posição. Mas novamente lá estava ele no alto do morro, pronto para mais uma tentativa. No fundo ele sabia que estas tentavas seriam infinitas, pelo menos até que todos vissem que ele tentava.


Mais e mais

Hoje as crianças já nascem sofrendo, e a grande maioria, em pouco tempo já esta totalmente tomada pelas negatividades. A confusão já é bem grande, ninguém entende nada, estão todos perdidos se debatendo inutilmente, aumentando mais e mais suas contas karmicas.
A ciência já não da respostas para as coisas, descobrem novas doenças, novos remédios, etc, mas tudo é cíclico. Na área da tecnologia, há muito não se cria nada realmente novo, só o que fazem, é reagrupar de maneira lógica o que já sabem e assim produzirem novas formas de criar prazer artificial.  filosofia, a lógica, e a razão não explicam, nas escolas desinteresse é crescente; pela falta de perspectiva e pela falta de concentração,. Em matéria de violência, e de incoerências, chegamos a pontos incríveis, as coisas são absurdas ao extremo, parece até inacreditável que o homem faça tais coisas. Continuar desta maneira por muito tempo não será possível, pois o stress é geral. Quando havia trabalho para muitos, a situação era melhor, mas com a crescente falta de trabalho remunerado, e o desinteresse pelo trabalho prazeiroso, todos se perdem cada vez mais e mais.


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Trabalho, Certeza, Calma, Beleza

O tempo escorre por entre os olhos, bocas, ouvidos. Já correu tanto, todos parecem entupidos, não o percebem.
Eu ao percebe-lo, vou sentindo os castelos de antigas certezas irem ruindo dentro de mim, abrindo uma clareira, um horizonte aberto, que começa a cobrar de meus olhos algo mais que muros e paredes.

Trabalho, Certeza, Calma, Beleza


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Algo ocorre

Algo ocorre, realmente estou me transformando, ou melhor, me conhecendo, percebo claramente que não terminarei nunca este curso de física, e apesar de não ter qualquer caminho a seguir (segundo a lógica da nossa sociedade), sinto-me bem maduro. Terei completado em breve vinte e dois anos em cima deste corpo que tanto e esforço para esquecer.

Isto esta com cara de diário, e eu não gosto disto.

Física

A física (ciências), não são, nem podem ser a base das coisas. Elas são incríveis, a geometrização das coisas nos leva a sentirmos sobrenaturais, mas não passam de relacionamentos matemáticos de fenomenos naturais, unidos a certos dotes artesanais do homem.
O relacionamento racional das coisas, leva  pessoa a uma abstração mental. É um ótimo exercício e passa tempo, levando a pessoa a se sentir e tomar consciência de seu momento, mas a liberdade de utilização dos poderes dados por aparatos construídos através do conhecimento científico deveria ser dada só a pessoas que compreendessem e tivessem a capacidade de construi-los. Isto manteria a terra em harmonia, e cada homem, teria que manter um trabalho permanente para se manter alimentado, e com sua sede de poderes saciada. Não teríamos este aparato econômico que a todos escraviza, e o homem não teria esquecido de poderes excepcionais que possue por natureza.

UFSCAR

Na noite deste dia a UFSCAR, foi invadida por policiais. É na cara dura, a manutenção de um regime a força. Como se não bastassem as forças naturais que alienam os humanos. A cobiça de uns, leva a massificação da alienação.
É a sociedade, somada com a falta de integridade individual, levando tudo para um final. Mas numa escola, diante de tal situação. A cena é uma Assembleia.


Carta para Pinduca (Amigo, estudande de letras e escritor em Londrina)

Pinduca menino, Aché

A ti que manja das letras
Não sei como por minhas atretas
Sei que a ordem nada importa
Mas esta carta não nasceu morta

Estive em Belém
Vi índio, madeira
Estaria tudo bem
Se não fosse os tratores de esteira

É triste de ver o mal que eles fazem
Derrubam as matas e tudo invadem
Mas um dia há de acontecer
Das máquinas pararem e o mato crescer

Enquanto isto vamos indo
De chorando a rindo
De chegando a partindo
Seguindo esta linha

Que nos faz conhecer
Pessoas, coisas, Gente, Cidades
Mas poucas brilham igual a você
Sai, acontece de repente
Brota da mão da gente
Você sabe, tu manja das letras.


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