7 de set. de 2015

Apresentação



Olá pessoal, transcreverei neste blog tudo que escrevi em um caderno de capa verde que me acompanhou até o início de 1983 quando comecei a praticar Raja Yôga. O interessante é que em 1980 coloquei este caderno na mochila e cai na estrada. Hoje observando, vejo que não existe uma rasura, nenhuma correção, eu "sacava" o caderno e escrevia; na rodoviária, no trem, na praça, etc.
Outro aspecto interessante é que parei de escrever quando fiz o curso de Raja Yôga, cujas anotações das aulas  estão nas últimas páginas. Como um animal, eu seguia (e sigo) a intuição e já previa o que ia encontrar.
Em 1986 eu desembarcava na Índia.

Londrina, 10 de Setembro de 1982

Caderno

Não é diário, livro
Nada disto,
São extremos
Extremas alegrias
Extremas tristezas
E broncas
De quando nada acontece
Quer dizer, é tudo
Ou quase tudo
Que um ser
Chamado humano
Sente, pensa,
Acha, e escreve.

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O que penso e escrevo hoje?
http://compreensaosuficiente.blogspot.com/


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6 de set. de 2015

01 - Na rede

Dá pra não ser?
Este Balanço
Calor, sono,
Certeza, vontade
Com tanta coisa boa
Dá pra não ser poeta?


O amor paira no ar
O prazer paira na mão
O universo não paira
E se a mente para
O corpo também para
Mas onde vai parar a mente?







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5 de set. de 2015

02 - Verde

As cores levam,
como tudo leva para algum lugar o nosso nada
Mas estas mesmas coisas nos levam a tudo
O que leva o tudo a ser nada?
O nosso pensamento

O que vale o meu nada?
Não interessa a ninguém
que pese e não pense
Pelo menos como eu penso
Isso me leva a pensar
em uma mulher
Que pensa como eu penso
E por isto é meu tudo
E eu a amo, pois perto dela
Não existe o nada.


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4 de set. de 2015

03 - O boêmio

Acho que descobri porque o boêmio bebe
Ele não bebe
Ele e alimenta
De ilusão, de sonhos
E quando bem forte esta
Lá esta ele
Perto do amor
Da leveza, de uma mulher
Que brilha mais que todas
Mesmo que as outras lembrem seu brilho


Boêmio voa
Ele não vive
Ele paira, existe
Só para uma coisa
Amar
Seja este amar
Para uma mulher
Ou para uma vida


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3 de set. de 2015

04 - Sábado cinzento

Sentado no banheiro
Todo o vinho da noite passada
Circula pelos meus ossos
Da até saudade
Bem que poderia
Ser uma manhã de sábado chuvoso
Um chuvoso sábado
E ao abrir a cortina,
Que felicidade, hoje é um sábado chuvoso
Com barulho de pneus sobre o asfalto e tudo
Um cinzento sábado


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2 de set. de 2015

05 - Festa

Foi festa
Vem sono
Deixa dormir
Para não lembrar
Que vivem em festa
Mas não são festa

Foi dia, não vai voltar
Você sempre vai, nunca se volta
Mas é triste, deveria falar de amor
O que tem a ver, se vai ou se não vai
Se vou ou não vou
Nada vale

Sem o brilho de uma estrela
O fundo de um olho
Sem a presença quente e fria
Branca e negra, tudo ao mesmo tempo
Não dá nem para notar tudo
Porque será que as pessoas não amam?


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1 de set. de 2015

06 - Chuva

Nunca vi chuva tão mansa, nem mais cheirosa
Parece que cai água e terra ao mesmo tempo
Ou que quando a chuva cai, a terra se levanta e festeja
Pois esta recebendo seu esperma, que a fecundará e a fará fértil
A terra sorri, esta feliz, praseirosa
A chuva cai, dominante e mansa
Como se fizesse um carinho e cantasse no ouvido da terra
Tocando telhados para acompanhar seu canto
E assim vamos, a chuva cai, a noite cai
Um cheiro de fanta invade o ar
E os passarinhos entram no telhado para dormir.




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28 de ago. de 2015

07 - Pensamento

Meu pensamento te trás
E você vem
Me invade, como vento adentra a ilha
Me penetra em cada átomo
Mas te sinto no peito
Não como vento, como punhal
Que já dentro, se contorce
E faz correr por todo o corpo, o sangue
Em forma de tristeza


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27 de ago. de 2015

08 - Onde esta

Onde esta guardado nosso pique?
O momento que transborda, que as letra, palavras, e tudo, parecem brilhar
Quem regula este orifício mente?
Onde flui o que somos, pensamos e queremos
Quem trás a tristeza, a alegria?
Nunca veremos esta força
Este ser talvez
Porque ele esta atrás de nossos olhos



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26 de ago. de 2015

09 - Metades

Gostaria agora, que todas as pessoas

Possam (e todas podem)
Mas que todas,

Que não aguentem mais viver sem amor,
Viver sem ter alguém
Viver sem metade

Que possam conseguir
pois é lindo ser inteiro
E triste ver metades



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25 de ago. de 2015

10 - Ainda venta

Ainda venta
Amanhecerá
No peito, vontades
Continuarão
Dormindo, dormindo
Enquanto os olhos
Não se fecharem, e ver
Que ainda venta
Amanhecerá


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24 de ago. de 2015

11 - Baeta Neves

Em todas pensões, casa e lugares onde fiquei
Nunca me senti tão bem como me sinto aqui
Não tem nada, e tem tudo
Perto dele, me sinto como um rei num castelo
Como se tivesse raízes
E este chão me desse
Algo mais que um lugar para pisar


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23 de ago. de 2015

12 - Escrever

Não tem outro meio
Outra válvula
é bom transmitir, e escrever é escrever
Viver é viver, para quem vive

Porque adiante ela persiste
Triste, alegre, ela persiste
Em cada nota, em cada mi, sol, si

Antes o dog, bem tranquilo
Não fuma, não canta...
Mas e o passarinho?


Apesar de estarem no chão, as flores não perdem a beleza.
Até que pisem nelas.


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22 de ago. de 2015

13 - Procuro



Procuro palavras bonitas
Para uma bomita escrita
Talvez leitura
Mas que merda!
Quem pode ser mais podre
Do que o homem
Qem?
Pensava que Bicho Papão
Era imaginação
Mas que merda!
Eles matam criancinhas
Eles são ditos civilizados
Eu também sou eles
Quer queira, quer não
Que merda! Merda é pouco
Como podem ser tão maus
Como podem ser cegos para a natureza
Olhem a lua animais
Não olhem satélites
Olhem os bichos
Não matem seus filhos

21 de ago. de 2015

14 - As vezes





As vezes
Quando não sinto
Não vejo, e de certo modo
Esqueço, como o homem é mau
Penso, porque não sou normal?
Mas quando
Sinto e sei do que o homem é capaz de fazer
Penso. Porque sou tão normal.
Talvez seria melhor andar barbudo pelas ruas, do que
Andar reto, pensativo e altivo.
Alto lá.
Direita Volver! Pelotão .....
Fogo!!!!!
Matem, o homem
Nasceu para morrer.
Não se pode sentir nem lá no fundo de algum lugar
Algo chamado sentimento.
Dai,
Impera a bela tristeza que ninguém quer
Mas que todos semeiam.


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20 de ago. de 2015

15 - Ticão

Que falta faz
Um Baeta a tarde
Uma casa, quintal, cachorro
Penso em tudo, e só hoje
Pensei em ti Ticão
Você também faz falta
Mas vou me preparear
Para receber tudo novamente
Nem que seja só por um dia
Tudo voltará, e valorizarei
Meus passos, que as vezes
Nem para mim valem nada




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19 de ago. de 2015

16 - Beco sem saída

Não posso seguir
Meu limite é você
O que fazer?
Pensar numa saída
De encontrar uma entrada
De outro beco sem saída


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18 de ago. de 2015

17 - Vila Baeta

Ah Vida
Viva Baeta
Raiz?
Será que posso
Escrever bonito
Falar de amor
Mas e o mal?
Mas e o amor?
Estrela, Noite
Põe mais uma
Vamos falar mudo
Nos embriagar de nós
Amanhecer
Amanhã
Existe


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17 de ago. de 2015

18 - Passos

Um passo
Dois passos
Cada passo
Um compasso
De uma música
De uma obra
De uma vida

De Muita, de pomba
De parte, de todo
De amor e sonho
Projeto de mar
Imenso mar
Imensas pequenas partes
Que formam o todo
Do nada que somos


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16 de ago. de 2015

19 - Projeto

Projeta-se arquiteta
Vai fazendo como pode
De repente, Tá ai
Prontinho, mas não serve.
Valeu a experiência
Valeu a vontade de fazer
Mas não serve.
E novamente, como pode
Vai fazendo, novamente.
Mentaliza e vai.
A vida é isto
Mentaliza e vai.
Vai que vai.
Talvez um dia sirva.
Mas se não vai servir
Valeu a vontade
E como vale, é como um vale
Vai enchendo aos poucos
O vento traz, a chuva traz
E vai ficando, devagar.


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15 de ago. de 2015

20 - Tudo - Inteiro



O olhar
O falar
Comunicar
Pensamento?
Tudo é importante
Do contrário pode machucar
Somos frágeis.
Necessitamos de todas as expressões das coisas
O perfeito não existe
Mas podemos melhorar.


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14 de ago. de 2015

21 - Calma



Calma, todos devemos ter calma
Ela é fundamental, e afinal nunca vimos um gato por ai nervoso e preocupado.
A vida tem mais sentido, quando damos os valores certos para as coisas certas.
Não precisa ter pressa.
Temos todo o tempo, e se não temos.
É porque ele não existe.



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13 de ago. de 2015

22 - Ah! o Amor



Quero escrever de amor
Como a muito não faço
Amor, puro e cristalino
Quero escrever que amo
E este amor esta longe de ser doentio
É puro como só ele

Quero escrever que amo
Amo a vida, o mundo
E em especial um ser
Um ser chamado mulher
Uma mulher misteriosa
Negra e Brilhosa
Que me torce as entranhas
E me invade de paz
Esta paz derramaremos pelo mundo
Ele precisa.


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12 de ago. de 2015

23 - Igual



Se tudo é igual
Sou igual, igual o que!
Igual é igual.
Talvez não devesse parar e escrever,
Mas não consigo, tem tantas coisas a fazer
Meus pensamentos rolam, como pedras num bueiro
Como água numa guia
Guia, ria, mia, o gato mia.
Não dá
Não consigo
Começo a ser estranho,
Estranho como não gostava de ver.


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11 de ago. de 2015

24 - Dois pedacinhos



Estranha criatura esta
Me tem sob domínio
Talvez eu queira
Talvez não deva
Mas você é tão morna
Tão branca



Razão, equação, complicação
De repente as pessoas com mil teses
Uma porrada de livros,

Se vê, e se encontra diante de si.
E dai?
Para que complicar tanto?
Bichos
Não passamos de Bichos.


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10 de ago. de 2015

25 - Palavras



Unir as palavras
Diante da noite
No meio da Praça
Que ninguém nota

As capas imperam
A poesia morre
Pois morre a vida diante de nós

Noite
A lua te presa
Impera um segredo
Que poucos percebem

E que encarna na gente
Indisvendável pacto
Que nos une a nós mesmos


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9 de ago. de 2015

26 - Forró?

Como dança
Solto e preso
Como um barco
Livre no cais
Preso no mar

Gira e vai
Vai girando
Como as rodas
Não é de vento
Mas é leve
É a roda da vida

Chove e vem
Tudo cai com ela
Como a terra vomitando lava
Tudo vem rolando
É magnífico!
Poesia num forró


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8 de ago. de 2015

27 - Carta manhã



Gira, gira, mas derrepente tudo esta parado
Cresce, cresce, mesmo assim somos pequenos
Acho que nós só seremos, quando não quisermos ser mais nada
Mas ainda queremos ser tanta coisa
E as vezes nos achamos tanto
Mesmo assim somos pequenos


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7 de ago. de 2015

28 - Olhar



Olhar não pode revelar
O que a alma quer
Sempre tem que ter segredo
Mistérios para amanhã
Superior talvez
Triste não sei
Mas sempre misterioso


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6 de ago. de 2015

29 - Roda moinho



Roda moinho
No ninho da vida
Quem manda na ida
Não manda na volta
Roda, roda
Até se sentir tonto
Bate, bate na mesma tecla
Até gastar os calos
E fazer brilhar a alma
Brilha e vai
Vai brilhando
Até não ir mais.


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5 de ago. de 2015

30 - Loucura



A loucura é a norma
Que bate na gente derrepente
Que a luz quebra e realça
Que a mão vai que vai
Que o ônibus não vai
Ele esta comigo, mas eu vou
Estou indo, escrevendo, vivendo
Não, não tem não
Não é um pouco para lá do sim
Duas esquinas depois do talvez
Quem sabe?
O real é louco, louco é louco
Como o real é real
O duro da razão é saber

4 de ago. de 2015

31 - Amar



Amar é acordar
Sentindo seu interior derretendo
Sentindo falta
Alegria, de ter uma mulher
Que é parte


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3 de ago. de 2015

32 - Definição



Tento definir, o que seja
O que atrai e pasma
Deixando no ar interrogações
Penso, falo, e me mostro
Pinto um quadro estranho
Estranho, mas real
Incompreendido...
Ninguém sabe onde é o zero da vida!!!
Mas os momentos são reais
Nós existimos, quer queira, quer não
E o que deveria ser poesia
Se torna equação
Um amontoado de interrogações
Mas algo, uma vontade persiste
Tento definir o que seja
Mas é melhor não tentar
Porque enquanto tento
Sinto que não sinto
E nós só sabemos das coisas
Quando sentimos


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2 de ago. de 2015

33 - Pessoas



Tem um que faz política. Abraça, aperta, sorri e é sereno. Fala, argumenta, fala com desembaraço. Mas não vê os empregados que a Prefeitura esta pagando para limpar sua sujeira, paga com o dinheiro da União. Mas ele diz lutar pela União!!
E todos apertam sua mão.
Tem um louco, cabelo e barba comprida. Em intervalo regulares, chega no mesmo lugar e grita palavras, grita com tanta força, que sua voz rouca, se torna ilegível, ou será outra língua, não sei; mas logo após sai andando. Entre as pessoas ninguém o nota e se nota se afastam, pensando ser contagioso.


1 de ago. de 2015

34 - Ah... Soraya



Figuras como pontos a dançar
Como dedos a tocar
Como almas a falar
Externo o que aparece
Ilusão, talvez, engano, quem sabe
Ninguém sabe
O que se esconde sem querer
Atrás da carne
Atrás de tudo
Ah... Soraya
Segura o rabo deste foguete
Que me leva, talvez para ti
Não sei.


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29 de jul. de 2015

35 - Aventureiro



Sentir-se aventureiro, cantoreiro
Com nevoeiros a passar por ti
Como se não existisse
Deitado em um trilho, com um trem do tamanho do infinito
A passar por ti
Tudo a passar por ti
E você só a sentir
Colorindo, transformando, recorrendo, abraçando
Montando uma coisa, como tijolos a formar um muro
Que não divide, mas que é grande o bastante para ser um mundo
E o poder? Cresce, na razão de tudo, e o tudo é a transformação que fazemos


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28 de jul. de 2015

36 - Quem fechou as portas?




Quem fechou as portas?
Abram-nas rapidamente
Fujam daqui com as correntes
Baáááá´, Não me assusto
Fico triste as vezes, mas não me assusto
E não tenho vergonha de falar, fico triste as vezes.
Veja como o sol entra, é lindo
Quem me pois aqui dentro,
Saia correndo Roca, corra!
Veja como o sol queima, é quente
Quem me pois aqui, fora!
Quem fechou as portas?


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37 - Manhã Tarde e Noite



Estou aqui, onde queria estar
Estou onde não quero estar
Amanhã eu não sei
Hoje acordei, saudade bate devagar

A tarde é de poesia
È de abraçar amigos, de vê-los
Olhar as coisas como se fosse pela última vez
E talvez seja

Canta, sorriso vem
Derrepente tudo vem
Descobre-se, como se fosse
A noite sendo invadida pelo dia
Ama


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26 de jul. de 2015

38 - Agora



Agora é um momento importante
Importante demais para passar
Ele vai passar, esta passando
Mas este momento precisa ficar marcado
Como esta Londrina demorou pintar
Mas é real, é  mais louca caretice que existe
É o carvão deste trem
Que é a gente
Que é o Brasil
Que somos nós


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25 de jul. de 2015

39 - Briga?



Mas que briga besta
Dá vontade de rir
Só nos resta rir
Com aquela puta vontade de chorar
Mas é engraçado,
Só tem debilóides nestas cidades
È de rir
Háhahahaha
Que tristeza


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24 de jul. de 2015

40 - Acorda e vai



Dorme, acorda, acorda dorme
Parece uma corda adormecida no chão do cais,
Vendo passar os dias, as noites, as marés
Solte-me, quero ir
Preciso ir
Mas se ninguém o segura
Porque não vai!
Não sei, quero ir.
Então, você não vai!

Obs.: Acabo de ir

Obs.: Parei


Dialéticamente falando
É de pirar.


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23 de jul. de 2015

41 - Meninada

Que força tem esta meninada
Se é que posso falar assim
Homens e mulheres que parecem meninos
Pois tem pensamentos puros, as mentes brancas
E que no peito só levam um desejo
O do mundo ser cada vez mais belo
E de ver o amor brotando
A cada momento, em tudo
E como é bonito vê-los criando
E ver esta criação semeando
O que pensam, sentem, e querem


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22 de jul. de 2015

42 - O hóspede



Minha casa tem um hóspede
Já veio regado de todos aparatos natalinos,
E foi encurralado com datura,
Já deu trabalho, agora dorme.

Para que explicar
Tim tim por tim tim
Deixa rolar, deixa ficar
Pois sempre fica
De tudo sempre fica um pouco
É só percebermos


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21 de jul. de 2015

43 - Desesperado



Chego a conclusão de não esperar mais nada de nada. Pois enquanto esperamos não fazemos nada e o saco já esta cheio de nada, é nada para tudo quanto é lado.

Desesperado
Não espero nada
Bombardeei a minha mente por muito tempo
Se é que posso achar muito
Mas hoje na maior das atrapalhações
Não espero nada
É contraditório
Talvez eu esteja atado e não queira me soltar
Maldita cela, maldito funil
Em que caímos


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20 de jul. de 2015

44 - Jovem brasileiro

Como pode um brasileiro
Com vinte e um anos de idade
Não esperar mais nada de seu País
Não esperar mais nada de sua cidade
Pior ainda, de sua gente
Isto é
Não esperar mais nada nem de si mesmo

Pois,
Esperava hoje...


Meu Deus Sou Eu


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19 de jul. de 2015

45 - Chegar



Como chegar e não estar perto de onde chegou
Não cheguei
Mas acredito que chegarei
Quero chegar
Esperei tanto.


Chegar sem chegar
Como a luz antes do trovão
Incrível mas acontece
Espera-se tanto, corre e não chega
Seu sujo, te cuida
E não esquece,
A mente tem que ir junto, chegar junto
Branca, clara e natural


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18 de jul. de 2015

46 - A fita



Como rola, não para
É o tempo passa e vai nos misturando
Tudo pode ser novo
É só eles deixarem as pessoas viverem
Pois viver é crescer
E crescer é estar na frente
Puxando a fita,
Fazendo o filme
E não estando dentro dele


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17 de jul. de 2015

47 - Terra

Terra, como és linda
E como dói o corte que te fazem
E não plantam, só dilaceram
Sua carne
Cada árvore arrancada,
É um fio de sua cabeleira que some
Cada lago artificial, uma chaga
Os seres humanos que te habitam,
São vermes a sugar seu corpo
Não se preocupam com seu fim
Só saciam sua fome
Injustamente.
Só espero que você resista


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16 de jul. de 2015

48 - Nossa terra



Que zona, eles estão loucos.
A vida, não necessita disto.

Nasce-se, vive-se feliz
Até descobrir que existe poder,
E que não é só você que se prejudica
São milhões espalhados pelo mundo
E não é Deus que quer, Ele pode até querer
Mas os poderosos podem,
E nos lembram que não podemos ser felizes
E para assim ser precisamos baixar a cabeça
Ai, eles deixam
Mas quem é feliz de cabeça baixa?
Deste modo não se vê o Sol, as estrelas
Não nos vemos, só vemos o chão
Fato que nos dá a triste lembrança
De que ele não é nosso.


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