4 de set. de 2010

Você

A ti não digo que quero
De ti, não digo que sou


Roda a bola, o jogo começou
O ouro já passou.

Os encaixes das vidas
Os encontros dos universos
Inverso, tento mostrar
Sol, terra, vento, mar
Brilha,  quente fogo leva
Ao ar, que amplamente azul
Foge do fixar, onde estar, onde ser
Derreter, se moldar, escorrer
Se faz sendo
Esquelenvoa.


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A noite

A noite me levou mais uma vez para um lugar, que ia de barco, com um pessoal. Levávamos varas de pescar. As pessoas tinham medo do rio, lago, mas eu não estava temeroso, pois com o braço dentro do rio verificava que ele era raso, e al´pem do mais, eu sei nadar.
Algo morde meu dedo, eu deixo  morder, e quando tiro a mão para fora da água, digo aos outros em tom irônico. Eu não preciso de varas para pescar.
Ao seguir, adentrando a mata, fico para trás, bem mais desaxxtado que os outros. O anzol se enrosca n mato, e eu na pressa quebro minha vara.
Já não vejo mais ninguém, fiquei para trás, mas mesmo assim, vou seguindo sozinho.
O caminho agora é mais largo, gramado.... Avisto um grupo de casas alinhadas, curiosamente interessantes, e logo a frente estou em um tipo de cemitério antigo, mas não tem ar de cemitério em mim. A arquitetura é interessante, me chama a atenção prédios maiores. Lembro então de já conhecer, já havia passado ali outra vez (*).
Ai procuro com o olhar um prédio especial, e  então outras pessoas passam por mim, mas as conhecia, não sei se elas não e viram, eu tentei passar desapercebido.

(*) Da outra vez que estive neste lugar, também não ia para ele, estava vindo de outro lugar e no caminho, passei por ali. Desta vez estava mais calmo, andei, passeei pelos lugares, tinha outras pessoas passando também, mas nunca me comuniquei com ninguém ali. (Tem uma mosca andando pelas minhas mãos agora).

(*) Da outra vez o "Sonho não me impressionou tanto. Mas desta vez ele foi importante, sinto que tenho muito a ver com aquele lugar, com a geometria, a arquitetura, ordem das coisas (paz).
Esta noite esta ajudando eu compreender melhor eu mesmo, meu raciocínio, etc.


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O amor invisível

O tempo não é de quintais
Mas é como se fosse
O vinho sobra na garrafa
E
O espaço
Tempo
O som
Se fazem presentes
Invisivelmente
Como o invisível
Amor que sinto
Avise se possível
Gostaria de estar presente.


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Gostar

É engraçado como tudo pode não valer nada,
É só a gente querer,
E o momento passa por nós como um rio,
Só se molha se quiser,

Acontece, uma vez
De se amar
De dar tudo, de secar
Acontece uma vez
De encontrar
De provar um pouco de tudo
Acontece uma vez
De mostrar
Que é possível
Gostar
Pois é, gostar
E acredite
Gostar é mais
Que amar.


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BAAAA, BUM!!!!!

Quanto faltará, encontrar o que queremos

BAAAA, BUM !!!

Encontrou? Talvez
Mas vai procurar de novo
Cadê, me dá
Que bobeira
Todos nós já temos
É só realmente querer
É só realmente ser
Testemunha do momento
Parte da cena
É só ser o que é
É querer realmente paz e amor
Tendo como arma só (se posso dizer só)
Paz e amor
E um pouquinho de safadeza.


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Cabeça - Coração

A necessidade de se mostrar maior apareceu.
A vontade de se sentir livre de qualquer relacionamento continua firme
Mas algo me perturba
Não sei se é amor ou falta de fuga
Ou me sinto vencido

Corpo
Anda bem, cada vez pior segundo os critérios sociais

Geral
Mil informações novas
Chegam a mente, sensações também
Falta um pouco de senso de unidade, de grandiosidade
Falta perceber que o problema atual, não é o principal
E que tudo faz parte de um grande movimento

O que atrapalha muito são os sentimentos (Raiva, vontade de se vingar, angustia)
Ao mesmo tempo não acontece,
(Não tenho) nada para ser usado como fuga
Não bebo, não fumo, etc
Mas sinto que se tivesse uma dieta mais severa,
Ultrapassaria os obstáculos mais facilmente,
Ou melhor, as coisas não seriam obstáculos.

Mas o Roca vai,
Lançado
Como um barco a deriva
Como nem sei o que
Cada vez mais confiante
Na vida (novamente)

Já não dói, conseguir um sorrizo de dentro.


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Referencial

Quando acaba o maior amor já sentido
Sente-se realmente que não se sabe o que amor
Hoje acaba uma parte de minha vida
Fecha-se uma porta
E dentro de não sei onde
Experimento outra faceta
Do que j´pa fiz, não quero lembrar
O que me espera, não quero saber
O que sinto?
Uma triste paz.
Que deverá ser mantida
Pois este é o eixo fundamental
Tudo esta girando como os astros no espaço
Os acontecimentos estão colocados de maneira curiosa
Dependendo do ângulo que se olha, se vê uma coisa
É o velho problema do referencial.


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Brasil

Brasil é o Pais
E neste momento de costas para o sol
É iluminado pelas estrelas
E neste momento de costas para tudo
Todos seguem
Se iluminados por algo mais não sei
Pelo menos a maioria
Seguem iluminados por coisas ao meu ver bobas
Talvez todos sigam felizes
Mas eu não vejo porque.


Segue teatro
Roda baleiro
E balas a mil
Perfuram miolos
Doces corações
Sorriem felizes
Entoam canções
Vivem amores

Segue espetáculo
Não pode parar
Os furos que passaram
Passaram
Os próximos
Verei passar
Pois mesmo que sejam evidentes
Não querem tapar

Lugar, Brasil


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Liberdade

Libertar, perder os laços,
Que de laços já se tornaram jaulas
Libertar os olhos
O que fazer
As bases são estas
Meu membros e cérebro desatrofiam
E não conseguem ser
Somente sendo
Falta Creação
Falta libertação


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A caixa

O menino ganhou uma caixa
Que felicidade
Fazia tempo que ele procurava
Corre, pula, como ele vive feliz com sua caixa
Ela se encaixa direitinho em seu peito
E as coisas que estão dentro desta caixa o agradam muito
Ele vive feliz, só de vez em quando se aborrece
Pois tem umas caixinhas dentro das caixonas
Trancadas a chave.



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Civilização

Podem pensar que dela eu não escapo
Podem pensar até que corro para ela de braços abertos
Mas a realidade é que cada vez mais percebo seu mau,
Seu perigo e seus ardis
Seus braços já não me agarram com tanta força
Quem é ela?
Civilização.


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O clima

O clima é dos que eu gosto

Mas não esta bom
Venta, tem lua, frio,
Mas não esta bom
Enrolado numa coberta
Olhando as paredes
Tenho espaço, a vida,
O tempo é todo meu
Mas não esta bom
Estou com saudade.


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Explosão

Quando em ti,
Ponho meu pensamento
As linhas não importam
O infinito acha o momento
De se expandir
Até a explosão


No dia em que
Começo uma batalha.


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A forma

Que forma assumo eu
Neste momento
Onde os pássaros cantam, pesar da noite.
Mas que pesar, esta noite
É como um dia enluarado
Onde dormem pobres mascarados

Não venta, não garôa
Esta é a noite de Sanca
Cheia de Tiriris, vindos
De bicos que não sei
Parecem ali, mas que seja
Seja de onde for estes tiriris
Vem, na maior harmonia
Com a plasma noite
Que faz este momento
Um único.



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